Falar sobre sexo com meninos é mais fácil ou mais difícil do que com meninas? Esta é uma reposta muito pessoal, mas na verdade, pouco importa. O grau de dificuldade está com cada pessoa, pois somos individualidades e temos formas muito particulares de lidar com cada situação.
Neste contexto ouso me intrometer no universo masculino e lançar algumas considerações. Meu único pedido: Mães, não sejam omissas. Falem com seus filhos. Não deixem que eles acreditem que sua única preocupação deva ser evitar uma gravidez. Há muita coisa que é preciso saber e se este texto puder ser útil, que assim seja!
Vamos por partes...
Qual o melhor momento para falar sobre sexo com seu filho? Quando ele perguntar. Desde criança poderá ir manifestando curiosidades e aí está a sua melhor chance de informa-lo. “Tá, mas meu filho já cresceu e eu não fiz isso. E agora?” Agora você corra atrás do prejuízo. Há uma grande chance dele já ter aprendido um monte de bobagens, de já estar machista ou ter se tornado um “grandissíssimo filho da p#%@” que trata mal toda e qualquer mulher com quem se relaciona. Se chegou a esse ponto, não se orgulhe. Você não deu à luz um garanhão, mas um ogro. Na verdade, você é (ou será) responsável pelo sofrimento de muitas mulheres e sua vida pessoal em nada se beneficiará com isso.
“Ah, vá! Cuidem das suas cabritas que meu bode tá solto!” Vai... Você sofre? Responda silenciosamente: você é feliz? Sua infelicidade está na medida desse tipo de comportamento.
“Credo, que texto desagradável! Nem quero mais ler!” Vai melhorar. Esse início está direcionado aos quilos de mães egoístas e inconscientes.
Observe que muitas mães até gostam de saber que seus filhos se comportam assim, de maneira rude. De certa forma, cultivam a ilusão de que permanecerão eternamente como a “única mulher de suas vidas”. Até concordo que é horrível ter que entregar o próprio filho a outra mulher; uma “zinha qualquer” que passa a dominá-lo de um jeito que você, mãe, nunca conseguiu. As noras são, realmente, as maiores concorrentes das sogras. São raríssimos os bons relacionamentos neste verdadeiro “campo minado”. O que se vê é muita hipocrisia, falsidade e um ódio cordial sendo duramente administrado.
O problema é que as mães, com medo da perda e do ciúme que sentirão ao ver seu filho com outra, permitem que se forme sob seus olhos e cuidados, um ser de caráter lamentável no que diz respeito às relações amorosas e sexuais. Como se a falta de respeito para com todas as outras mulheres do mundo tornasse a relação mãe-filho mais forte. Na verdade, isso é apego, obsessão e domínio deslavadamente classificado de amor; um sentimento mascarado e usado para manipular as situações até que a mãe se dê por satisfeita. Quando isso não acontece (quando ela não sente que venceu), um muro das lamentações é pouco para tanta carência, chororô e “eu quero morrer”.
Mas se você não compõe esse rol e se importa com a qualidade da vida sexual do seu filho, além de não querer ver mais meninas sofrendo desnecessariamente, compreenda seu papel nesse processo e mãos à obra.
Quando surgir a oportunidade, fale abertamente com ele. Encontre uma forma de prender sua atenção. Se for preciso, use alguns palavrões que ele nunca imaginou ouvir da própria mãe. “Ah, eu não vou falar palavrões!” Tá, então não fale! Mas acredite: tem um efeito único. Primeiro porque se você começar a dar nomes ridículos para descrever os órgãos sexuais masculinos e femininos, sua credibilidade vai a zero. Aproxime-se da realidade dele. Meninos adolescentes convivem com palavrões. Ele ficará, no mínimo, curioso para saber onde a mãe dele aprendeu esses nomes. Só não me vá gostar e tornar isso um hábito, por favor! Mãe “boca suja” NÃO PROCEDE! Essa é apenas UMA das inúmeras maneiras de impacta-lo para que deixe de lhe subestimar.
Outro ponto fundamental: ele precisa perceber que você sabe coisas que ele REALMENTE não sabe. Não é uma estratégia, é um fato! Você, depois de uma vida inteira mantendo relações sexuais, depois da gestação, do parto e todos os etc. que um relacionamento permite, OBVIAMENTE sabe mais do que um pirralho na puberdade. Embora ele se comporte como se soubesse tudo, tenha certeza: NÃO SABE! O que quer que tenha aprendido chegou até ele de forma deturpada e com uma dose carregadíssima da mais alta sacanagem. Muita coisa ele deve ter visto na internet, em vídeos e revistas pornográficas. Outra parte das informações pode ter vindo de amigos sem experiência nenhuma, ou pior, com experiências detestáveis. Na dúvida, seja você a fonte! “Ah! Mas ele nunca quer me ouvir!” Vai querer quando o assunto interessar. Seu papel é torna-lo interessante.
A propósito, como você lida com o fato dele masturbar-se diariamente? “Procuro nem pensar nisso!” Então pense porque ele faz isso várias vezes ao dia. Os homens têm uma necessidade biológica de expulsar o sêmen produzido diariamente. Se não mantiverem relações sexuais ou não se masturbarem, a ejaculação poderá ser involuntária, até mesmo durante o sono. Masturbação não é sinônimo de desequilíbrio, vício ou obsessão por sacanagem, mas uma necessidade do corpo. Se preferir, pesquise mais sobre o assunto! A internet existe também para isso! Munida desse tipo de informações, poderá começar o papo por aí.
“Mas nem faço ideia do que ele precisa saber!” Ele precisa saber das suas verdades! Tudo o que você lamentou por não ter identificado no homem com quem se relacionou e tudo o que lhe causou admiração e prazer. “Como assim?” Procure se lembrar dos sentimentos que lhe povoaram a alma após suas experiências sexuais e conte a ele. Explique os tipos de sexo e as funções das diferentes posições para um coito. Um livro do Kama Sutra pode ajudar bastante. Há páginas na internet que disponibilizam desenhos ao invés de fotos. É menos agressivo para olharem juntos. Mas nada impede que você escolha boas fotos e encare-as com a seriedade que o momento exigir.
O que? Você não tem certeza se sabe todos os tipos de sexo e as funções das diferentes posições para poder explicar para ele? Então estamos tratando de uma EXCELENTE oportunidade para você aprender também. Uma vida inteira mantendo relações sexuais e ainda lhe restam dúvidas? Esclareça-as! Pesquise, se informe, envie sua dúvida para mim (os comentários passam por moderação e não serão postados se tratarem de assuntos pessoais, ok?), MAS FAÇA ALGUMA COISA! É inconcebível tanta escuridão! Informação é luz! Elucide-se! Os textos deste blog são uma ótima fonte! ;)
Informe com conhecimento prático, mas NÃO DEIXE de lançar doses de sentimento no que disser. Tempere a conversa com a sua verdade. Deixe o preconceito de lado, exclua o pecado das suas considerações e seja um instrumento. Cumpra seu papel, mãe! Faça do seu filho um homem seguro e responsável por seus atos sexuais.
Ele precisa saber, por você, que é através de uma mulher que ele será apresentado à melhor sensação da sua existência. É simples de entender: uma mulher + seu filho + o amor incondicional dela por ele = uma grande chance dela alcançar o verdadeiro orgasmo e levá-lo à experiência do encontro com Deus. Ela vai e o conduz.
Há tanta magia numa relação sexual! Há tanta beleza por ser descoberta e experimentada! A glória de um homem está guardada no cálice sagrado da mulher que o ama incondicionalmente, mas as relações se apresentam doentes a tal ponto, que não há magia e beleza que sobreviva a tanta promiscuidade, baixaria e sacanagem.
Seu filho poderá aprender e experimentar tudo o que o mundo oferece, afinal, ele possui livre-arbítrio, mas você não pode negar-lhe informação. Ele precisa saber que respeitar uma mulher e viver uma relação verdadeira e saudável com ela pode fazê-lo sentir um prazer inigualável, que “suruba” nenhuma será capaz de proporcionar.
A Mãe Natureza é sábia demais para permitir que a promiscuidade se sobreponha ao amor e proporcione maior prazer. Esse controle é divino, não adianta tentar burlar uma Lei da Natureza. Ela reserva o néctar dos deuses aos que se preservam, valorizam e se respeitam mutuamente.
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