terça-feira, 12 de janeiro de 2016

KIRIKU E SUAS GENITÁLIAS



Há alguns anos fui presenteada com dois DVDs: Kiriku e a Feiticeira e Kiriku e os Animais Selvagens. O presente veio de uma sábia senhora negra. Ela é mais que uma amiga.

Os filmes me encantaram! O menino Kiriku foi criado para emocionar e vem cumprindo fielmente seu propósito. Cada vez que assisto, mergulho num universo muito particular de sensações vividas e sou surpreendida pelas soluções emocionais que ele apresenta para situações bastante delicadas. Minúsculo no tamanho, gigante na coragem e nas lições de vida.

Os filmes despertaram em mim um enorme respeito e admiração. Desses que nos fazem parar para saber mais quando vemos uma imagem, uma divulgação de peça de teatro ou uma nota nas redes sociais. Se o assunto é Kiriku, permito-me ao clique.

Há incontáveis aspectos que merecem aprofundamento, mas hoje senti necessidade de escrever sobre a naturalidade com que as genitálias de Kiriku e das demais crianças da sua tribo foram apresentadas no filme.

Vivemos num tempo intrigante. Ao mesmo tempo em que as questões sexuais estão completamente banalizadas, a negação ainda é extrema. Observe os desenhos animados e procure encontrar honestidade na representação da natureza fisiológica dos personagens. Quantos, dentre os desenhos que nos vêm sendo apresentados ao longo das nossas vidas, mostraram os órgãos genitais das crianças? E dos animais? Pênis, testículos, vaginas, mamilos. Nada é mostrado. Tudo é tabu. Bichinhos e crianças assexuados, essa é a ideia.

Eis que surge Kiriku com seu pênis e testículos naturalmente à mostra, como é e deve ser! Tudo bem que o filme retrata cenas da cultura africana. Mas se entendessem como um “desconforto” para o público e quisessem eliminá-lo, bastaria um tapa-sexo ou a simples supressão das genitálias para resolver facilmente o problema.

O que vejo na produção de Kiriku é um enorme respeito para com o público infantil e adulto, pois os filmes mostram não somente as genitálias das crianças, mas também os contornos de suas nádegas e as mamas das mulheres da tribo. O que é tratado com honestidade, respeito e de forma natural, chega com a lisura necessária, não agride e cumpre a sua função.

Adiar o momento em que as crianças serão apresentadas aos órgãos sexuais é um erro incorrigível. Ao contrário do que se imagina, não se está preservando a criança, mas sim limitando, despreparando e gerando um campo fértil para inconsequências. A formação sexual recebida até os sete anos cumprirá com louvor a função de fortalecer os laços familiares e a psique daquele ser humano em desenvolvimento. A desinformação, a omissão, a supressão das questões sexuais enfraquece, aumenta a curiosidade e afeta negativamente a forma como lidarão com a sua própria sexualidade.

Deixe chegar às suas crianças a informação que merecem receber. Se está na natureza, está certo, é como deve ser. Deixe que vejam como os animais procriam, como um parto acontece. Se lhes perguntarem, respondam com cuidado e honestidade. Permitam! Avalie se a educação que você recebeu foi suficiente para te transformar num adulto forte, seguro e sexualmente resolvido. Se a resposta for não, procure novos caminhos.

Se você não sabe como fazer ou o que dizer, apresento a você o Programa Sexualidade Consciente. Um conteúdo cuidadoso para guiar mulheres que estão em suas buscas pessoaia ou desejam guiar seus filhos e filhas pelos caminhos de uma educação sexual segura e amorosa. Para conhecer, clique aqui ou na imagem  abaixo.

Ah! E não deixe de assistir Kiriku. Todos merecemos esse presente, principalmente as nossas crianças. Veja de coração aberto. É lindo!

Com carinho, Juliana!

 Programa Sexualidade Consciente

 
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