quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UM PASSO RUMO À CUMPLICIDADE


Existe uma prática muito comum entre as mulheres que é a supressão de informações. Quê? Sim, supressão de suprimir (Dic Michaelis: su.pri.mir - 1. Cortar, eliminar. 2. Impedir que apareça. 3. Fazer que desapareça. 4. Anular, abolir. 5. Passar em silêncio; não mencionar; omitir).

Salvo os momentos de fofoca aguda, a necessidade extrema de desabafar ou de se engrandecer, uma mulher detentora de informações construtivas raramente se esforça para “fazê-la chegar” à outra. Porque isso acontece? Seria um egoísmo de alma? Não sei. Arrisco dizer que todas arrastamos conceitos precoces (ou preconceitos) que vão desde a certeza absoluta de que a outra não nos dará ouvidos até a insegurança de que ela possa fazer um melhor uso da informação do que fomos capazes.

Não ser ouvida, ou pior, ser silenciosamente menosprezada depois de compartilhar uma informação, gera frustração e chega a deprimir. Por outro lado, ver a outra perspicaz com uma informação “que era sua” a faz sentir uma incompetência tão grande, que o arrependimento em ter falado é inevitável. Frustração e arrependimento ou incompetência e arrependimento? Na dúvida, vamos continuar apenas fofocando, porque falar dos outros causa um inexplicável deleite. (...) (...) (...) (...) (...)

Como assim continuar apenas fofocando? E o passo rumo à cumplicidade do título? Pois é... Você está disposta a dar esse passo? Veja bem, porque a cumplicidade refere-se à outra mulher! Se sua resposta for não, saiba que você é apenas mais uma mulher sem forças para transpor a barreira da superação pessoal. Agora se sua resposta for sim, acredite: há uma legião de anjos vibrando para que consiga, para que alcance um sentimento bom e verdadeiro com relação à outra mulher. Nossa! Uma legião de anjos vibrando? Sim! De Anjas! Em algum lugar deste imenso universo há quem sinta e vibre esse sentimento de cumplicidade e amor incondicional umas pelas outras.

Quanto a nós, fêmeas mortais, somos permanentemente assistidas para deixarmos as picuinhas de lado, para não falarmos e desejarmos o mal da outra, para entendermos, de uma vez por todas, que apenas nos foi permitido dar à luz para alcançarmos o amor incondicional por nossos filhos e, assim, estender esse sentimento por todos os filhos do mundo, filhos de Deus e, segundo a sabedoria Egípcia, filhos de Hórus.

É lindo imaginar um reino conduzido por mulheres. É agradável sonhar com o dia em que os filhos serão reeducados por verdadeiras mães. Longe de menosprezar as mães de hoje (o que me inclui), mas as mulheres já exerceram com maestria esse papel nas civilizações passadas. Atlantas, Celtas, Egípcias, Maias, Incas, Índias... MU-LHE-RES!!! Fêmeas humanas que sabiam lidar com seus filhos, com os filhos das outras e, principalmente, com as outras mulheres. Um tempo em que os homens NÃO dominavam, apenas colhiam os adoráveis frutos do domínio feminino.

Ah! Que delícia! Sem amarras, sem castrações, sem limitações. Os problemas nunca deixaram de existir, mas se apresentavam e eram encarados como desafios e não se tornavam doenças psicossomáticas como acontece agora. Todos os “males modernos” que nos assombram (depressão, estresse, síndrome do pânico, ansiedade e por aí vai) são a resultante da forma como, hoje, a vida é encarada, ou seja, da falta de enfrentamento.

Há muitas mulheres mentalmente doentes, enfraquecidas nos seus propósitos, recalcadas, “zumbizando” e cegas diante do milagre que é a manifestação da vida. Isso não é um julgamento; é um FATO! Antes fosse um olhar puramente pessimista da minha parte, mas lamentavelmente é uma realidade. Constate você mesma se estou blefando! Observe as mulheres com as quais convive e faça seu próprio diagnóstico. Vai que no seu entorno já tenham alcançado a cumplicidade que estou tentando descrever?! Louvável e compartilhável! Mas se seu diagnóstico for trágico e confirmar minhas impressões, reflita profundamente: “Como nossas ancestrais conseguiram reinar um dia?”. A resposta é bastante simples: “Compartilhando informações, se comunicando, se preocupando e se ocupando de cuidar da outra”. Putz... Que difícil! É sim. Dificílimo! Por isso questionei lá atrás “Você está disposta a dar esse passo?”.

Antes de dizer um sonoro NÃO para a minha pergunta, tente imaginar como era a rotina das mulheres que alcançaram a cumplicidade. Não estou propondo a utopia de reproduzir o passado, mas a magnificência de ADEQUAR toda a sabedoria ancestral à nossa realidade (neste sentido, o Livro “Mulheres: Mães e Reeducadoras dos Filhos de Hórus” colabora sobremaneira porque traz ensinamentos egípcios adaptados aos dias de hoje). O resultado será fantástico!

Os tempos mudaram, mas é inconcebível aceitar que as mulheres regrediram tanto na mútua tratativa. Nossa força está escondida no que ignoramos e enquanto permanecermos ignorantes, todos perderão. É um grande engano reter informações. Há que existir um esforço para compartilhar, para gostar de fortalecer a outra com uma informação que você já recebeu, que lhe foi útil e não pode ser depreciada em suas mãos. O caminho é tão longo e trabalhoso quanto necessário.


sábado, 10 de dezembro de 2011

BEBO COM MEU FILHO


Tornou-se normal ouvir mães contando as aventuras dos seus adolescentes: porres fenomenais, festas intermináveis, viagens de galera, noitadas com várias meninas diferentes, beija-beija em festa, em churrasco, em piscina, altas compras, insistentes rituais de beleza e tudo o mais que a criatividade permitir. Uma busca insaciável pela diversão com glamour!

Independentemente do poder aquisitivo, todos vivem um padrão semelhante porque tanto a fortuna herdada quanto a pirataria permite o acesso a bolsas, tênis, camisetas e bijus que constroem o status e o ego. Um universo em que a precocidade reina e a versatilidade de idéias proporciona experiências indescritíveis.

No que se refere às mães, algumas se tornam espectadoras apreensivas, enquanto outras entram na frequência dos filhos e adotam o que eles fazem (pensam e dizem) como conduta. O discurso é mais ou menos o seguinte: os filhos estão antenados, sabem tudo sobre tecnologia, são fotogênicos, as redes sociais fizeram deles celebridades locais e as mães que não viveram todas essas possibilidades na própria adolescência, ou pretendem revivê-las, deparam-se, agora, com essa grande chance de se projetar nos filhos. Algumas se dobram: “Se não posso vencê-los, junto-me a eles”. Mas há aquelas que sequer pensam; simplesmente adotam as cabeças dos adolescentes como suas e partem para as experiências e para o apoio incondicional ao que eles ditam como regra.

Nesse contexto é que se insere a frase: “Sou moderna! Bebo com meu filho!”. 

Pode ser num churrasco em família (ou não), num “esquenta pra balada” (na sua casa) ou num momento fim de tarde; sempre é ocasião para beber alguma coisa e “fazer uma moral com o filhão”. Assim o filho fica satisfeito (porque tem aval) e a mãe permanece próxima, vivendo um pouco do que ele vive. Digo ele, mas serve (e muito) para elas, as meninas, também. As consequências? Hum... Prefiro descrever uma situação puramente masculina antes de envolver as mães na análise das consequências. Sim, porque estamos analisando juntas, não estamos? Não há julgamentos até aqui. Há uma exploração de fatos e, agora, de consequências, passíveis de discordância. Observe:

Não raramente, o vício nasce como uma regra cultural e familiar. Por gerações, avôs, tios e pais bebem em festas ou em qualquer oportunidade, perpetuando a “tradição”. O cérebro físico de um adolescente, ao experimentar o álcool, começa uma busca permanente em relação aos prazeres, porque quem bebe pela primeira vez, fica com a sensação de profunda leveza, o que faz com se esqueça dos problemas. Entra-se num estado alterado de consciência, de profunda satisfação, graças à dopamina, que é quem faz esta sinapse no cérebro. Ao cair na corrente sanguínea, envolve o corpo todo. (Revelações 3, Trecho de “O Efeito das Drogas”)

Tratam-se, portanto, de reações espontâneas do corpo (químicas e hormonais), sobre as quais se perde o domínio após a decisão de beber. Até o momento de levar à boca, a escolha é pessoal. Depois de ingerido, o corpo assume o controle, passa a liberar hormônios e a reagir ao estímulo do álcool. Se os homens da família incentivam o consumo de bebida alcoólica, a mãe pode se opor porque tem forças suficientes para isso.

A força que emana da mulher, convincente e transformadora, não é física; é emocional. Do coração da mulher emana sentimento, enquanto ela pensa. Mas a mente só vai dar a ela duas opções: certo ou errado. Na dúvida, na incerteza, estará pensando com o coração. (Mulheres: Mães e Reeducadoras dos Filhos de Hórus, Trecho de “A Força Transformadora”)

Mas se ela bebe junto, quem fará o seu papel? Ainda que outra mãe o faça, em algum momento ela será visitada pelo sentimento de falência, de fiasco, de fracasso. Não sou eu, é o Ministério da Saúde que adverte que os excessos (fumar, beber, usar drogas) fazem mal à saúde. Há campanhas mundiais contra esses hábitos. A Legislação Brasileira prevê pena (xilindró) para quem vende bebida alcoólica para menores. No entanto, nada disso seria necessário se as mães tivessem alcançado (e exercitassem) uma consciência mínima.

Beber com seu filho ou valorizar seu lado "escroto" é jogar na lama a confiança que Deus depositou em você quando lhe permitiu engravidar e dar à luz um filho Dele. Ele acreditou que você o reeducaria. Certamente não esperava vê-la enaltecendo e incentivando as aventuras inconsequentes e os excessos dos Seus filhos.

Mas nunca é tarde para uma auto-avaliação. Reveja a lista do início (porres fenomenais, festas intermináveis, viagens de galera, noitadas com várias meninas diferentes,...), acrescente suas próprias experiências, situe-se e, de forma criteriosa e honesta, reconheça quais valores você tem cultivado nos filhos que trouxe ao mundo. Seja meio para que boas mudanças aconteçam. Aja sutilmente, mas não peque por conivência. Os estragos são, na maioria das vezes, irremediáveis e a culpa, uma indesejável companhia.

Imagem: Gettyimages

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A MESA É UM ALTAR


Na administração de um lar, tudo é mágico! Entender a mesa como um altar implica em cuidar de cada detalhe antes de servir a refeição. Pratos, talheres, guardanapos, copos, xícaras, pires, tudo tem função e deve desempenhá-la. A rotina não pode apagar a beleza e a importância de uma xícara porque, tal qual a todos os outros utensílios, ela representa um avanço tecnológico fantástico. Basta recordar-se de que nos primórdios, era preciso reter um pouco d’água numa folha para poder tomá-la. Mais adiante, usou-se barro moldado em forma de cuia, até alcançar a tecnologia da louça, com alça para segurar e belíssimos desenhos para encantar. Apanhar mecanicamente qualquer objeto para se servir e comer “qualquer coisa” antes de sair voando para o trabalho ou para qualquer outro compromisso denuncia uma profunda falta de consciência. Os filhos perdem muito quando suas mães não cultivam a arte do respeito à mesa e ao alimento. Como diriam os antigos, “Olha os modos!”. Com quem aprenderão esses “modos”? Na escola? Pode até ser, mas nada substitui a energia da mãe e a força de uma mesa posta por ela. Diante desse verdadeiro altar, o filho e todos os presentes para a refeição são recebidos na energia daquela mulher que se antecipou e dedicou seu tempo e cuidados ao mais prazeroso dos atos: a degustação de um alimento preparado com amor. Não se sabe como nem porque, mas há situações inesquecíveis na vida que envolvem momentos como esse. A lembrança é eterna porque eterno é também o alimento dentro de você. Enquanto viver, o “legumezinho” utilizado na sua primeira refeição o acompanhará. Ele se perpetuou quando nutriu suas células e permitiu que você chegasse até esse ponto da vida. Atentar-se a essa simplicidade resgata almas, vidas e a saúde de quem quer que seja. Deixa de ser necessário “pedir” ao perceber que lhe cabe apenas agradecer diante de tanta riqueza colocada aos seus serviços. Desfrute e seja meio para que essa informação não se perca. Ela é preciosa!
Imagem: Gettyimages

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

MULHER: MÃE E REEDUCADORA



Para cada mulher um cálice sagrado: o útero. Para cada fêmea a possibilidade de dar a vida ou ser sua mantenedora. Filhos, biológicos ou não, requerem idênticos cuidados e a todas está reservada a mesma oportunidade divina de cuidar.

De forma equânime a Natureza apresenta um trabalho sustentado em muito amor: reeducar. Tal qual o ventre que traz ao mundo, a mão que acolhe torna-se responsável pelo ser humano que advirá.

Todas as glórias e tragédias do mundo são espiritualmente atribuídas às mães. Honestos, perversos, caridosos, maldosos, saudáveis, doentes, invejosos, benevolentes,... Todos nasceram de um ventre materno.

Ser mãe e reeducadora implica em superações pessoais profundas porque ensinar pressupõe ser conduta.

A verdadeira Mulher é a que compreende seu papel de representante direta de Deus na Terra, a que valoriza e respeita a outra mulher e a que pratica a missão divina de transformar seres em humanos, sustentada na consciência de que todos somos filhos de uma única mãe: a Mãe Natureza.

Este texto foi escrito com profundo respeito e serviu à divulgação da 18ª Conferência de Metafísica e Autocura de Americana, realizada pela Fraternidade Lux de Harmonização, no dia 23 de outubro de 2011.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MÃE DE VESTIBULANDO


Final de ano é época de prestar vestibular. Muitos são os filhos inscritos para concorrer a uma vaga nas melhores universidades do país. “Passar numa federal” há tempos vem sendo considerado um sonho. Os esforços de uma vida culminam aí, porque muitos casais acreditam que o ápice da sua conquista, enquanto pais, será “aprovar” o filho numa dessas disputadas provas. Um resultado que, além de causar grande satisfação, é promessa de sucesso para o futuro profissional.

Você pode estar se perguntando: “Mas há algum problema em querer ver o filho vencendo esse desafio para alcançar o sucesso na profissão?” Há! Infelizmente há um enorme problema nesse desejo, porque, para alcançá-lo, muitas mães cometem verdadeiros pecados.

Observe o padrão estabelecido para os vestibulandos. A primeira regra básica são as incontáveis horas de dedicação aos estudos. Até existem os aprovados sem grande esforço, mas a maioria precisa mesmo é de muita dedicação. Em regra, a adolescência é a fase da preguiça mórbida. “Enquanto houver alguém para me servir, que sirva meeeesmo!” Como diria a sabedoria popular, adolescente quer mais é que o mundo acabe em barranco para poder morrer encostado. É fato! Se isso não acontece com todos, poucos são os que escapam.

Essa observação tem uma única utilidade: analisar a postura da mãe. Se o “projeto de cidadão” que tem tudo para se apresentar com essa pasmaceira, resolve estudar, aleluia! A mãe, mais do que depressa (e agradecendo a Deus), cria todas as condições para que ele estude: paga o cursinho, leva e busca de carro (para TODOS os lugares, não somente para o cursinho), prepara as refeições (certíssimo), põe a mesa, dá na boca se preciso for, tira o prato, lava, lustra e perfuma, ou seja, faz tudo mesmo e muito mais porque está sustentada no sonho de “aprovar o filho numa federal” e para isso ele precisa se dedicar exclusivamente aos livros.

Quem ainda não identificou onde está o problema, eu revelo: no ser humano que advirá. Independentemente da qualificação profissional, a graduação conseguirá formar um indivíduo seguro, consciente, independente e capaz ou lançará no mercado mais um ser que acredita que nasceu para ser servido?

Lamentavelmente o que se vê são pessoas convictas de que alguém herdará o legado da mãe a fim de atender a todas as suas necessidades e passam a vida procurando (leia-se exigindo). A carência mórbida assume o posto da preguiça e a vida segue (muito mal, frise-se).

Quando acontece daquele adolescente alcançar uma patente e se tornar uma autoridade, por exemplo, a convicção se solidifica e seus subalternos transformam-se em súditos, quase escravos. Namoradas? Idem. Quando não acontece conforme esperam, a frustração dá origem à contrariedade que, por sua vez, denuncia o desequilíbrio. Na verdade, todas as relações ficam comprometidas porque o que se estabelece não é uma troca, mas sim uma eterna dependência. “O cara é um mala!”; “A nega é uma folgada!” e isso se arrasta por toda a vida, até que a verdadeira mãe decida agir.

Quando a Mãe Natureza assume o controle sobre a vida daquele filho, a mãe biológica sofre horrores, porque certamente ele será acometido de alguma doença ou impedimento físico para aprender o que ela não ensinou. E todas, sem exceção, acreditam que fizeram o melhor. Sim, tudo bem, mas faltou algo muito simples: ensinar a independência. Seu filho sabe “fritar um ovo”? Ele tira da mesa e lava o prato que usou? Pois se faltaram a ele regras básicas, foi porque alguém se omitiu.

A glória de uma mãe é dar independência aos filhos porque tudo o mais lhes será dado por acréscimo, inclusive a aprovação no vestibular. Essa certeza é uma energia que vibra no Universo, não estou inventando. Sempre é tempo de corrigir erros. Se você nunca ensinou, repense sua postura, aceite o fato de que a Natureza corrigirá a sua falha através da doença e corra atrás do prejuízo enquanto é tempo. Seu filho e os que convivem com ele agradecerão!
Imagem: Gettyimages

domingo, 4 de dezembro de 2011

ENSAIO SOBRE SEXUALIDADE – PARTE 04 (NEGAÇÃO X DEPRAVAÇÃO)



Sexualismo, sexualidade, relações sexuais, ato sexual, sexo. Negação total ou uma completa depravação. Quem ousa dizer que percorre o “caminho do meio”, que é normal ou tem uma relação tranqüila, cai na vala da dúvida e do desconforto por não saber como verdadeiramente se sente quando avalia sua vida sexual.

É preciso respeitar profundamente todos esses aspectos. Primeiro a negação, que arrasta consigo o “nada pode”, o pecado, o medo, a insegurança, a frustração, a ignorância, o nojo, a falsa idéia de santidade. Depois a depravação, que seduz por representar o grito de liberdade e traz consigo a ousadia, o “na minha vida mando eu”, o “tudo pode”, o “faço mesmo”.

Em termos globais, há dois mil anos ergueu-se uma muralha para abafar a sexualidade feminina e suas manifestações. Ela assim permaneceu até que a informação penetrasse nos poros de sua estrutura e causasse um abalo. Estremecida, essa muralha caiu há onze anos, não mais que isso. A mulher que quis escapou. Nada que pudesse ser dito impediria esse novo cenário. Prova dessa afirmação é o que se vê, com o que se convive e principalmente, com o que não se sabe mais lidar: O SEXO (e todas as suas vertentes).

Muralha? Caiu? Quando? Do que você está falando?

Eu estou falando do que fizeram, por séculos, com as mulheres; da covardia; da castração dos seus desejos sexuais; do pecado inventado e do medo registrado em seu DNA. Estou falando da energia sexual que todas as fêmeas humanas do planeta Terra carregam e não sabem o que fazer com ela por causa de uma espécie de trauma, de paúra. Estou falando do seu aparelho reprodutor e dos seus órgãos genitais. Estou falando da sua vulva, dos grandes e pequenos lábios, do hímen, do clitóris, do canal da vagina e do colo do seu útero. É disso o que eu estou falando. Porque essa é a parte do corpo da qual muitas mulheres se afastaram e permanecem absolutamente alheias. Quando se aproximam, o fazem, muitas vezes, na intenção de manipular, mas vamos deixar isso para outro momento.

O que se discute aqui são os extremos: negação x depravação. Você nunca se questionou, ou parou para observar, que quando o assunto é sexualidade feminina não existe verdade na tratativa? Existe sarcasmo, sacanagem, baixaria ou um belo e sonoro NÃO. Informação de altíssima qualidade é o que não se encontra. Consciência sexual é uma raridade.

Então, tá! Se ninguém fala, neste espaço falaremos. Deixou de ser um assunto proibido. O que você quer saber? Ainda que eu não saiba, meu espírito clama por descobrir. Isso significa que poderemos investigar e obter respostas.

Uma das respostas é: a harmonia está no caos. Explico: comecei falando de negação e depravação. As mulheres foram privadas, por milênios, da manifestação equilibrada da sua energia sexual. Como não conseguiram vencer tamanha privação, passaram a negar.

Não é nenhuma novidade que tudo o que permanece preso, abafado, limitado, sufocado por muito tempo, quando escapa, causa um estrago. A depravação que hoje se apresenta, em termos sexuais, é esse estrago. Explode, enlouquece, surta geral. Eis o caos, traduzido em fatos que vão desde o beija-beija da balada até o sexo explícito entre adolescentes, em praça pública durante o dia, para uma multidão.

A harmonia está, portanto, próxima. Todas as mulheres que vivem, hoje, um quadro de libertinagem e conduzem a própria sexualidade de uma forma extremista, perceberão, em algum momento, que já podem se acalmar, que o aprisionamento moral não existe mais, que não há chamas, não há surras, não há humilhação e, portanto, a agressividade sexual pode ceder espaço à doçura, à força transformadora, ao encanto, ao amor.

Nesse momento, todas poderão experimentar o verdadeiro orgasmo e sentirão que a dor provocada pelo “nada pode” ou pelo “tudo pode” passará e apenas ficará a recompensa da Mãe Natureza pelos cuidados e respeito para com o seu corpo e seu cálice sagrado. Uma verdade cósmica!
Imagem: Gettyimages

 
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