segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MÃE DE VESTIBULANDO


Final de ano é época de prestar vestibular. Muitos são os filhos inscritos para concorrer a uma vaga nas melhores universidades do país. “Passar numa federal” há tempos vem sendo considerado um sonho. Os esforços de uma vida culminam aí, porque muitos casais acreditam que o ápice da sua conquista, enquanto pais, será “aprovar” o filho numa dessas disputadas provas. Um resultado que, além de causar grande satisfação, é promessa de sucesso para o futuro profissional.

Você pode estar se perguntando: “Mas há algum problema em querer ver o filho vencendo esse desafio para alcançar o sucesso na profissão?” Há! Infelizmente há um enorme problema nesse desejo, porque, para alcançá-lo, muitas mães cometem verdadeiros pecados.

Observe o padrão estabelecido para os vestibulandos. A primeira regra básica são as incontáveis horas de dedicação aos estudos. Até existem os aprovados sem grande esforço, mas a maioria precisa mesmo é de muita dedicação. Em regra, a adolescência é a fase da preguiça mórbida. “Enquanto houver alguém para me servir, que sirva meeeesmo!” Como diria a sabedoria popular, adolescente quer mais é que o mundo acabe em barranco para poder morrer encostado. É fato! Se isso não acontece com todos, poucos são os que escapam.

Essa observação tem uma única utilidade: analisar a postura da mãe. Se o “projeto de cidadão” que tem tudo para se apresentar com essa pasmaceira, resolve estudar, aleluia! A mãe, mais do que depressa (e agradecendo a Deus), cria todas as condições para que ele estude: paga o cursinho, leva e busca de carro (para TODOS os lugares, não somente para o cursinho), prepara as refeições (certíssimo), põe a mesa, dá na boca se preciso for, tira o prato, lava, lustra e perfuma, ou seja, faz tudo mesmo e muito mais porque está sustentada no sonho de “aprovar o filho numa federal” e para isso ele precisa se dedicar exclusivamente aos livros.

Quem ainda não identificou onde está o problema, eu revelo: no ser humano que advirá. Independentemente da qualificação profissional, a graduação conseguirá formar um indivíduo seguro, consciente, independente e capaz ou lançará no mercado mais um ser que acredita que nasceu para ser servido?

Lamentavelmente o que se vê são pessoas convictas de que alguém herdará o legado da mãe a fim de atender a todas as suas necessidades e passam a vida procurando (leia-se exigindo). A carência mórbida assume o posto da preguiça e a vida segue (muito mal, frise-se).

Quando acontece daquele adolescente alcançar uma patente e se tornar uma autoridade, por exemplo, a convicção se solidifica e seus subalternos transformam-se em súditos, quase escravos. Namoradas? Idem. Quando não acontece conforme esperam, a frustração dá origem à contrariedade que, por sua vez, denuncia o desequilíbrio. Na verdade, todas as relações ficam comprometidas porque o que se estabelece não é uma troca, mas sim uma eterna dependência. “O cara é um mala!”; “A nega é uma folgada!” e isso se arrasta por toda a vida, até que a verdadeira mãe decida agir.

Quando a Mãe Natureza assume o controle sobre a vida daquele filho, a mãe biológica sofre horrores, porque certamente ele será acometido de alguma doença ou impedimento físico para aprender o que ela não ensinou. E todas, sem exceção, acreditam que fizeram o melhor. Sim, tudo bem, mas faltou algo muito simples: ensinar a independência. Seu filho sabe “fritar um ovo”? Ele tira da mesa e lava o prato que usou? Pois se faltaram a ele regras básicas, foi porque alguém se omitiu.

A glória de uma mãe é dar independência aos filhos porque tudo o mais lhes será dado por acréscimo, inclusive a aprovação no vestibular. Essa certeza é uma energia que vibra no Universo, não estou inventando. Sempre é tempo de corrigir erros. Se você nunca ensinou, repense sua postura, aceite o fato de que a Natureza corrigirá a sua falha através da doença e corra atrás do prejuízo enquanto é tempo. Seu filho e os que convivem com ele agradecerão!
Imagem: Gettyimages

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