Todo fim de relacionamento, ainda
que tenha sido um acordo de paz, se traduz numa falência. Os sentimentos são pesados,
doloridos, cheiros de ranço. Para quem toma a iniciativa já não é agradável
(pelo menos não deveria ser). O que dizer de quem recebe a notícia? Não importando
muito as razões e circunstâncias, os fins acontecem.
Acordar no dia seguinte é o
grande desafio. Se o sentimento for de leveza de alma, aleluia! Mas se o
inconformismo estiver te consumindo, muito cuidado com as decisões prestes a
serem tomadas! O momento é de recolhimento e não de superexposição. Postar suas
vísceras nas redes sociais não é a atitude mais saudável, tampouco inteligente.
Desferir sucessivas alfinetadas, indiretas com alvo certo ou adotar o papel de
vítima, também não devolverá o início do relacionamento, onde tudo era bom e
tinha reais chances de dar certo.
Ainda que os sentimentos estejam
bem confusos e a oscilação entre amor e ódio seja real, vigiar os pensamentos é
a grande chave, a grande sacada, o que de mais fantástico se possa fazer por si
própria. Sem essa vigilância, num ímpeto de revolta, mesclado com dor, vingança
e ódio mortal, atitudes lamentáveis podem ser cometidas. Um exemplo básico e
clássico: “dar para o primeiro que aparecer”.
Se você já fez isso, seja honesta:
o que você esperava da aventura sexual foi correspondido? Acordou fortalecida? Apagou
da sua alma o sentimento amargo causado pelo fim? Ou a experiência só a inflamou
ainda mais?
A lástima dessas situações de fim
é a necessidade de tomar alguma atitude. Ela é provocada pelos palpites alheios
e pelos próprios pensamentos perturbadores e recorrentes que aumentam o
sofrimento. A única saída é fazer alguma coisa; qualquer coisa que promova
outro tipo de sensação. Vale tudo! Dos porres fenomenais às aventuras sexuais.
Mas... e quando você sente que não
deveria se comportar assim? E se você já tem informação sobre o que acontece com
a sua psiquê quando vai pra cama com um cara sem gostar verdadeiramente? Aceitar
mais um registro em seu corpo, em sua alma, só pela necessidade de provocar a
mesma dor que está sentindo no outro não seria um tiro pela culatra? É como
tomar veneno e esperar que o outro morra.
É preciso ser madura! É preciso
valer-se da excelência da sua condição de mulher e recompor-se. Sair enlouquecida,
à caça, bebendo, dando horror e postando tudo isso no “face” não fará de você alguém
admirável. Por outro lado, não postar, mas adotar como regra o “na minha vida
mando eu e agora vou curtir” precisa estar pautado no que o seu sentir e o seu
corpo dizem que pode.
O fim de um relacionamento não traz
manuais de instrução, assim como o início não trouxe. Cabe à mulher voltar-se
para a reconstrução do seu corpo emocional. Depois de equilibrada e
fortalecida, estará linda e pronta para o amor. Até lá, recolha-se,
preserve-se, compreenda-se, respeite-se. Nada há a perder!
Imagens: Gettyimages