Seu menino está crescendo e, muito embora já manifeste os traços do adulto que se tornará, você ainda vê nele uma criança. Não importa a idade, os homens, em regra, precisam de cuidados e manifestarão essa necessidade ao longo da vida. Você é a pessoa que melhor conhece as inseguranças do seu filho. Sabe de longe o que ele está sentindo diante das situações da vida. Ele tem medos que o fragilizam. Nossos filhos nasceram para ser felizes. É o nosso maior desejo. Mas a insegurança, o medo e a fragilidade colocam a felicidade de um homem em sério risco. A expectativa é que ele manifeste fortaleza e não fragilidade. Por isso, as cobranças serão muitas e virão de todos os lados.
Muitas coisas podem fragilizar um jovem rapaz, mas a principal delas é a iniciação sexual. As maiores neuras dos homens giram em torno da ereção. Ser viril é uma condição para que alcancem o sucesso e se sintam intimamente satisfeitos. Mas eles precisam provar que são homens a cada relação sexual e isso os fragiliza. Isso os coloca numa situação e numa posição que não condiz com o status de “macho” que o mundo reservou para eles.
Não conseguir lidar com o peso de uma ereção, não corresponder às expectativas das pessoas e sentir-se cobrado e perdido diante de tudo isso pode levar a um caminho bastante dolorido. Os vícios costumam ser um desses caminhos. Álcool e drogas são os itens mais comuns de uma infinidade de recursos de fugas. Por mais amor que os pais tenham dedicado, não conseguem saber qual será a atitude do filho diante do encontro com a droga, ainda mais se estiver submerso nesse universo de inseguranças, medos, fragilidades, cobranças, agravado pelo peso da ereção e pela raiva por não saber encontrar a saída.
Quando a puberdade se aproxima fica evidente que algo precisa ser feito, conversado ou resolvido para que ele tenha tranquilidade em lidar com a própria iniciação sexual. Mas o que fazer? O que dizer? Sou eu, a mãe, que tenho que fazer isso?
Quando damos à luz um menino, recebemos duas grandes provas: a do desapego e o desafio de transformá-lo num grande homem. A primeira delas se apresenta em graus de dificuldade que variam de mãe para mãe. Desapego não é algo que nos tenha sido ensinado.
A outra prova [transformá-lo num grande homem] começa a ser posta em prática ainda na gestação. Trazer ao mundo um varão é motivo de grandes expectativas! Ao menos para a maioria das pessoas é assim.
Ocorre que nem todas as mães percebem que para transformar aquele bebê num homem completo, resiliente, seguro e feliz será preciso ensiná-lo a ser NEUTRO. Ao contrário, a ideia que se tem é a de que um “grande homem” é, em essência, forte, decidido, implacável, soberano em atitudes e decisões.
Mas nem sempre as primeiras manifestações daquele filho guardam relação com as expectativas criadas para ele. É comum a criança manifestar uma sensibilidade com a qual muitos adultos não sabem lidar. Sensibilidade para um homem é uma afronta aos pilares que sustentam a nossa cultura. Antes mesmo que se manifeste, já é duramente combatida, ainda que de forma silenciosa.
Existem regras pré-estabelecidas para o seu filho desde a notícia de que seria um menino, ainda em seu ventre. Muitas delas você avalizou sem se dar conta. Reforçou discursos, posturas e conceitos querendo somente o melhor para o seu menino. Mesmo sentindo algum desconforto, deixou que o tratassem “como um homem precisava ser tratado” para que se fortalecesse, afinal, homens precisam ser fortes. Acabou permitindo que ele recebesse doses de dureza e reforços psíquicos brutais sustentados numa compreensão equivocada do que aquele bebê precisava para ser feliz. É cultural dizer que menino não chora, que precisa ser forte, que é macho,...
Nada disso foi suficiente. Faltou o essencial: aparamentá-lo com informações honestas sobre a sexualidade humana.
Não saber qual é a melhor abordagem para falar com um menino sobre sexualidade é o de menos. A maioria de nós não sabe O QUE precisa ser dito por que nunca recebeu nenhuma informação coerente sobre a sexualidade masculina. Passamos nossas vidas acreditando numa verdade distorcida sobre a virilidade de um homem e perpetuamos ciclos de dor em nossos meninos, que se relacionarão e farão outras mulheres terem as experiências [doloridas] que tivemos.
Tamanha é a importância da iniciação sexual de um menino que, se as mães imaginassem todas as consequências que dela advém, jamais postergariam, delegariam ou se omitiriam nessa linda função de informar e amparar as descobertas sexuais de um filho.
E o que preciso fazer para dar outro rumo às histórias das nossas vidas?
Desaprender para reaprender.
Há um universo de informações e novos olhares sobre a sexualidade humana que nós, nossas crianças e adolescentes necessitam compreender.
Se você - a mãe - se abrir para um REaprendizado, as informações que serão apresentadas a você poderão chegar à sua criança através do olhar mais amoroso que ele poderia receber neste mundo. Se o seu coração acolher esse novo como a sua verdade, sem dúvida você saberá como se conduzir e como aparamentar o teu menino.
A proposta é uma mistura de intuição, coragem e respeito.
A mesma intuição, coragem e respeito que me impulsionaram a criar o Programa Sexualidade Consciente para tratar de tudo isso com as mães que se importam de verdade. Ele é grátis, está num lugar quentinho que você pode acessar clicando aqui: