Há alguns anos fui presenteada com dois DVDs: Kiriku e a
Feiticeira e Kiriku e os Animais Selvagens. O presente veio de uma sábia senhora
negra. Ela é mais que uma amiga.
Os filmes me encantaram! O menino Kiriku foi criado para emocionar
e vem cumprindo fielmente seu propósito. Cada vez que assisto, mergulho num
universo muito particular de sensações vividas e sou surpreendida pelas
soluções emocionais que ele apresenta para situações bastante delicadas.
Minúsculo no tamanho, gigante na coragem e nas lições de vida.
Os filmes despertaram em mim um enorme respeito e admiração.
Desses que nos fazem parar para saber mais quando vemos uma imagem, uma divulgação
de peça de teatro ou uma nota nas redes sociais. Se o assunto é Kiriku, permito-me
ao clique.
Há incontáveis aspectos que merecem aprofundamento, mas hoje
senti necessidade de escrever sobre a naturalidade com que as genitálias de
Kiriku e das demais crianças da sua tribo foram apresentadas no filme.
Vivemos num tempo intrigante. Ao mesmo tempo em que as
questões sexuais estão completamente banalizadas, a negação ainda é extrema.
Observe os desenhos animados e procure encontrar honestidade na representação da
natureza fisiológica dos personagens. Quantos, dentre os desenhos que nos vêm
sendo apresentados ao longo das nossas vidas, mostraram os órgãos genitais das
crianças? E dos animais? Pênis, testículos, vaginas, mamilos. Nada é mostrado.
Tudo é tabu. Bichinhos e crianças assexuados, essa é a ideia.
Eis que surge Kiriku com seu pênis e testículos naturalmente
à mostra, como é e deve ser! Tudo bem que o filme retrata cenas da cultura
africana. Mas se entendessem como um “desconforto” para o público e quisessem
eliminá-lo, bastaria um tapa-sexo ou a simples supressão das genitálias para
resolver facilmente o problema.
O que vejo na produção de Kiriku é um enorme respeito para
com o público infantil e adulto, pois os filmes mostram não somente as
genitálias das crianças, mas também os contornos de suas nádegas e as mamas das
mulheres da tribo. O que é tratado com honestidade, respeito e de forma
natural, chega com a lisura necessária, não agride e cumpre a sua função.
Adiar o momento em que as crianças serão apresentadas aos
órgãos sexuais é um erro incorrigível. Ao contrário do que se imagina, não se está
preservando a criança, mas sim limitando, despreparando e gerando um campo
fértil para inconsequências. A formação sexual recebida até os sete anos cumprirá
com louvor a função de fortalecer os laços familiares e a psique daquele ser
humano em desenvolvimento. A desinformação, a omissão, a supressão das questões
sexuais enfraquece, aumenta a curiosidade e afeta negativamente a forma como
lidarão com a sua própria sexualidade.
Deixe chegar às suas crianças a informação que merecem
receber. Se está na natureza, está certo, é como deve ser. Deixe que vejam como
os animais procriam, como um parto acontece. Se lhes perguntarem, respondam com
cuidado e honestidade. Permitam! Avalie se a educação que você recebeu foi
suficiente para te transformar num adulto forte, seguro e sexualmente
resolvido. Se a resposta for não, procure novos caminhos.
Se você não sabe como fazer ou o que dizer, apresento a você o Programa Sexualidade Consciente. Um conteúdo cuidadoso para guiar mulheres que estão em suas buscas pessoaia ou desejam guiar seus filhos e filhas pelos caminhos de uma educação sexual segura e amorosa. Para conhecer, clique aqui ou na imagem abaixo.
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Ah! E não deixe de assistir Kiriku. Todos merecemos esse
presente, principalmente as nossas crianças. Veja de coração aberto. É lindo!
5 comentários:
Nada funciona melhor que a naturalidade para tratar com as crianças.
Muito boa reflexão, Juliana. A liberação dos costumes não trouxe libertação, e sim, uma falsa ideia de que o sexo é 'natural' e livre. Mais que nunca continuamos repetindo os velhos padrões da repressão sexual.
Ainda existe muito tabu para trabalhar a sexualidade nas crianças. Vamos mudar isso.
Excelente reflexão, Juliana. Poder trabalhar a sexualidade, já desde pequeninos, faz com que as crianças cresçam sabendo como e de onde vieram. Assim, entendo o sagrado e o divino, respeitar-se-ao, mutuamente, quando adultos. Um grande abraço. Theuse.
lindo Ju, isso mesmo, assisti com meus filhos quando eles eram crianças...vamos compartilhar mais esse filme.
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