Discutir a virgindade em pleno ano 2012 é um grande desafio. A visão das adolescentes é uma, das mães é outra e das mulheres mais velhas a nada se compara. A ousadia das mais jovens leva muitas mães ao completo desespero. Quanto às mais velhas, traumas e bloqueios profundos são o que há de mais trivial. Entrar nesse universo é descobrir muita dor. Mas que a reflexão aqui proposta possa funcionar como um analgésico, se não para o corpo, para a alma...
Adolescentes querem ser modernas e livres, por isso transam precocemente (quero dizer MUITO precocemente MESMO!). Preferir não transar na adolescência é ter que decidir entre ser igual às amigas (e, portanto, ser aceita) ou se submeter a piadinhas e a um quase bullying.
Mulheres dos 18 aos 29 anos que não transaram ainda, sequer tocam no assunto. Falar traz a inevitável consequência de ter que se explicar, dizer qual o seu problema, se é lésbica ou porque não desperta o interesse dos homens.
Mulheres virgens com mais de 30 anos começam a exteriorizar a pressão silenciosa que vivem ou a necessidade extrema de não falar sobre isso. A preocupação em lidar naturalmente com o fato acaba comprometendo suas certezas, sua psiquê e seu equilíbrio. Se assim permanecerem, chegarão à terceira idade arrastando rótulos pesadíssimos para a saúde emocional de qualquer mulher.
Em se tratando de adolescentes, discutir virgindade pode ser entendido como orientação, tudo bem! Mas em se tratando das mais velhas, qual a contribuição? Não é mais fácil incentivar logo para que se entreguem e deixem esse “negócio de ser virgem pra lá?” NÃO! Esse não é o caminho. É preciso considerar quais razões as levaram a essa escolha ou circunstância.
Para muitas, a virgindade se impôs como uma regra tão forte em termos culturais e religiosos, que jamais tiveram forças e coragem suficientes para transpor as imposições e o pecado estabelecido.
Para outras, as expectativas criadas foram tão absurdas, que somente conseguiram passar a colher todas as frustrações geradas por cada expectativa criada, sem nunca viver uma experiência real.
Para outras, no entanto, a virgindade se apresentou como uma escolha, já que não estavam dispostas a manter relações sexuais por pura aventura.
Forçar situações e estabelecer críticas em nada contribui para aliviar a pressão que recai sobre todas essas mulheres. Além do que, através delas é possível compreender que MUITAS outras passaram a se submeter a relações sexuais que adoecem, justamente, para fugir dessa pressão. Subjugar ou lançar comentários maldosos e piadinhas de mau gosto sobre elas é, no mínimo, sinônimo de muita ignorância.
É comum ouvir “você não sabe o que tá perdendo!”. Fato! Você não sabe que está perdendo dissabores e um forte sentimento de ter sido usada, caso venha a se forçar a uma relação. Esse papo de que “a terra vai comer” é triste! Reflete grande falta de consciência. A resultante das relações sexuais são os frutos colhidos a partir da escolha feita. Uma escolha segura representa um excelente resultado. Por outro lado, a escolha sob pressão, com medo de ser objeto de piada, com o sentimento de que não tem mais tempo a perder e que só você ainda não transou, resulta numa tragédia íntima irreversível, com doenças psicossomáticas e toda sorte de males modernos.
Se a sua escolha em permanecer virgem foi tranquila, não há porque sofrer e adoecer por causa de uma pressão sustentada em conceitos totalmente deturpados. A maior contribuição desta reflexão é fortalecê-la para que não sofra desnecessariamente. Para isso, você precisa se sentir segura, qualquer que seja a sua escolha. Mas somente alcançará segurança se estiver bem informada.
Parto do princípio de que toda relação sexual é um ato sagrado. Reconheço que TODO MUNDO se comporta como se não fosse, que a regra é o cio permanente, babando, mas reafirmo: A RELAÇÃO SEXUAL É UM ATO SAGRADO.
A mulher encontra-se com Deus quando dá à luz e quando alcança o verdadeiro orgasmo. Os órgãos sexuais femininos são a porta para esse encontro. Prova disso é que através do aparelho reprodutor feminino a humanidade inteira chegou ao mundo! O nascimento de um bebê, de um ser humano, é, portanto, um verdadeiro milagre e depende de um útero para acontecer! O homem, por sua vez, SOMENTE conseguirá tal aproximação de Deus através de uma mulher que o ame verdadeiramente e, através de uma relação sexual em que ambos estejam sóbrios, ELA alcance o verdadeiro orgasmo. Um momento indescritível em que suas almas comungam. Depois dessa experiência, esse homem JAMAIS conseguirá se desligar da mulher que lhe proporcionou tal experiência. Ele não conhece o amor incondicional (que é próprio das mulheres), mas despertará para um sentimento puro, acredite!
A ideia de “proporcionar prazer ao homem para segurá-lo junto a você” é um blefe e está muito longe de vê-lo ejacular (acreditando que assim sentiu o maior dos prazeres) porque isso ele consegue sozinho, se masturbando. Achar que fantasia erótica será a solução, somente lhe causará mais frustrações, além de adoecê-la emocional e mentalmente. O papel da mulher na relação sexual vai muito além de tudo o que vem sendo divulgado em revistas e na mídia.
Para ser o fenômeno sexual que todas gostariam, antes de tudo será necessário se conhecer ESPIRITUALMENTE e SE RESPEITAR. É a sua saúde sexual que a levará ao ápice da experiência humana e NÃO a exaustiva atividade sexual.
Compreenda que energia sexual equilibrada é uma raridade no planeta Terra em função de tudo o que, há muito tempo, vem sendo ensinado e praticado. Alcançar o ápice e conduzir o homem ao encontro com Deus é, para as mulheres virgens, uma possibilidade real, enquanto que, para todas as outras que mantém hábitos sexuais adoecidos, a possibilidade diminui a cada novo parceiro.
As virgens não têm, portanto, razões para maiores sofrimentos. Estão em grande vantagem, pois, bem informadas, poderão acertar (ou errar menos).
Sempre é tempo para amar incondicionalmente e, assim, viver experiências sexuais saudáveis e verdadeiras. Toda vida sexual pode ser saudável se estiver sustentada em verdades, mas ela depende EXCLUSIVAMENTE da postura da mulher! Permita-se!
4 comentários:
Parabéns, Juliana!
Texto consciente!
Obrigada!
Que ele possa contribuir.
Parabéns Ju, texto muito bom!
Daia
Que bom que esteve por aqui...
Obrigada, Daia!
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