sábado, 14 de janeiro de 2012

SER VIRGEM HOJE



Discutir a virgindade em pleno ano 2012 é um grande desafio. A visão das adolescentes é uma, das mães é outra e das mulheres mais velhas a nada se compara. A ousadia das mais jovens leva muitas mães ao completo desespero. Quanto às mais velhas, traumas e bloqueios profundos são o que há de mais trivial. Entrar nesse universo é descobrir muita dor. Mas que a reflexão aqui proposta possa funcionar como um analgésico, se não para o corpo, para a alma...

Adolescentes querem ser modernas e livres, por isso transam precocemente (quero dizer MUITO precocemente MESMO!). Preferir não transar na adolescência é ter que decidir entre ser igual às amigas (e, portanto, ser aceita) ou se submeter a piadinhas e a um quase bullying.

Mulheres dos 18 aos 29 anos que não transaram ainda, sequer tocam no assunto. Falar traz a inevitável consequência de ter que se explicar, dizer qual o seu problema, se é lésbica ou porque não desperta o interesse dos homens.

Mulheres virgens com mais de 30 anos começam a exteriorizar a pressão silenciosa que vivem ou a necessidade extrema de não falar sobre isso. A preocupação em lidar naturalmente com o fato acaba comprometendo suas certezas, sua psiquê e seu equilíbrio. Se assim permanecerem, chegarão à terceira idade arrastando rótulos pesadíssimos para a saúde emocional de qualquer mulher.

Em se tratando de adolescentes, discutir virgindade pode ser entendido como orientação, tudo bem! Mas em se tratando das mais velhas, qual a contribuição? Não é mais fácil incentivar logo para que se entreguem e deixem esse “negócio de ser virgem pra lá?” NÃO! Esse não é o caminho. É preciso considerar quais razões as levaram a essa escolha ou circunstância.

Para muitas, a virgindade se impôs como uma regra tão forte em termos culturais e religiosos, que jamais tiveram forças e coragem suficientes para transpor as imposições e o pecado estabelecido.

Para outras, as expectativas criadas foram tão absurdas, que somente conseguiram passar a colher todas as frustrações geradas por cada expectativa criada, sem nunca viver uma experiência real.

Para outras, no entanto, a virgindade se apresentou como uma escolha, já que não estavam dispostas a manter relações sexuais por pura aventura.

Forçar situações e estabelecer críticas em nada contribui para aliviar a pressão que recai sobre todas essas mulheres. Além do que, através delas é possível compreender que MUITAS outras passaram a se submeter a relações sexuais que adoecem, justamente, para fugir dessa pressão. Subjugar ou lançar comentários maldosos e piadinhas de mau gosto sobre elas é, no mínimo, sinônimo de muita ignorância.

É comum ouvir “você não sabe o que tá perdendo!”. Fato! Você não sabe que está perdendo dissabores e um forte sentimento de ter sido usada, caso venha a se forçar a uma relação. Esse papo de que “a terra vai comer” é triste! Reflete grande falta de consciência. A resultante das relações sexuais são os frutos colhidos a partir da escolha feita. Uma escolha segura representa um excelente resultado. Por outro lado, a escolha sob pressão, com medo de ser objeto de piada, com o sentimento de que não tem mais tempo a perder e que só você ainda não transou, resulta numa tragédia íntima irreversível, com doenças psicossomáticas e toda sorte de males modernos.

Se a sua escolha em permanecer virgem foi tranquila, não há porque sofrer e adoecer por causa de uma pressão sustentada em conceitos totalmente deturpados. A maior contribuição desta reflexão é fortalecê-la para que não sofra desnecessariamente. Para isso, você precisa se sentir segura, qualquer que seja a sua escolha. Mas somente alcançará segurança se estiver bem informada.

Parto do princípio de que toda relação sexual é um ato sagrado. Reconheço que TODO MUNDO se comporta como se não fosse, que a regra é o cio permanente, babando, mas reafirmo: A RELAÇÃO SEXUAL É UM ATO SAGRADO.

A mulher encontra-se com Deus quando dá à luz e quando alcança o verdadeiro orgasmo. Os órgãos sexuais femininos são a porta para esse encontro. Prova disso é que através do aparelho reprodutor feminino a humanidade inteira chegou ao mundo! O nascimento de um bebê, de um ser humano, é, portanto, um verdadeiro milagre e depende de um útero para acontecer! O homem, por sua vez, SOMENTE conseguirá tal aproximação de Deus através de uma mulher que o ame verdadeiramente e, através de uma relação sexual em que ambos estejam sóbrios, ELA alcance o verdadeiro orgasmo. Um momento indescritível em que suas almas comungam. Depois dessa experiência, esse homem JAMAIS conseguirá se desligar da mulher que lhe proporcionou tal experiência. Ele não conhece o amor incondicional (que é próprio das mulheres), mas despertará para um sentimento puro, acredite!

A ideia de “proporcionar prazer ao homem para segurá-lo junto a você” é um blefe e está muito longe de vê-lo ejacular (acreditando que assim sentiu o maior dos prazeres) porque isso ele consegue sozinho, se masturbando. Achar que fantasia erótica será a solução, somente lhe causará mais frustrações, além de adoecê-la emocional e mentalmente. O papel da mulher na relação sexual vai muito além de tudo o que vem sendo divulgado em revistas e na mídia.

Para ser o fenômeno sexual que todas gostariam, antes de tudo será necessário se conhecer ESPIRITUALMENTE e SE RESPEITAR. É a sua saúde sexual que a levará ao ápice da experiência humana e NÃO a exaustiva atividade sexual.

Compreenda que energia sexual equilibrada é uma raridade no planeta Terra em função de tudo o que, há muito tempo, vem sendo ensinado e praticado. Alcançar o ápice e conduzir o homem ao encontro com Deus é, para as mulheres virgens, uma possibilidade real, enquanto que, para todas as outras que mantém hábitos sexuais adoecidos, a possibilidade diminui a cada novo parceiro.

As virgens não têm, portanto, razões para maiores sofrimentos. Estão em grande vantagem, pois, bem informadas, poderão acertar (ou errar menos).

Sempre é tempo para amar incondicionalmente e, assim, viver experiências sexuais saudáveis e verdadeiras. Toda vida sexual pode ser saudável se estiver sustentada em verdades, mas ela depende EXCLUSIVAMENTE da postura da mulher! Permita-se!

Imagem: Gettiymages 

4 comentários:

Thamires Breda disse...

Parabéns, Juliana!
Texto consciente!

Juliana Costa de Souza disse...

Obrigada!

Que ele possa contribuir.

Anônimo disse...

Parabéns Ju, texto muito bom!

Daia

Juliana Costa de Souza disse...

Que bom que esteve por aqui...

Obrigada, Daia!

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